Reclamações

Certas reclamações podem nos levar a batalhar por um direito, manisfestar uma insatisfação para promover alguma mudança.

Mas, infelizmente, na maioria das vezes, a reclamação que nos cerca se assemelha mais a ficar atolado numa estrada de puro barro. Reclamação que não promove nenhuma ação, que nos atola em mal humor, descrença, vitimismo. Reclamar assim é fazer uma escolha pela irritação, pelo peso, pelos nãos que a vida dá.

"Não estou reclamando, estou só contando o 'causo'(sic)"... Já ouvi tanto isso!!!
Há alguns anos, tive uma epifania: Reclamar não é expor fatos, é adiar atos.
Reclamou? Entendeu qual é o desagrado? Manifestou sua insatisfação? Ótimo, agora é hora de agir.


Convite que faço para mim mesma. Se achar que o convite também lhe convém, siga!
Mão na massa: fazendo as coisas acontecerem, dando forma aos nossos objetivos. Fazer novas escolhas diante do que a vida apresenta.



Pronto, fiquei leve!
Meus 15 minutos de leveza já estão garantidos!



Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Desafio "15 minutos todo dia" #1


Estou me desafiando a dedicar 15 minutos todo dia a cultivar bem estar e prazer em minha vida - para saber mais sobre esse desafio e também participar, leia esse texto de apresentação.

No primeiro dia, como já compartilhei, meus 15 minutos foram dedicados a ler minha revista Bons Fluidos que tinha acabado de chegar.

Confesso: na quarta, dia posterior a me propor o desafio, não consegui fazer nadinha! A correria foi mais forte e venceu a batalha.

Mas logo retomei as rédeas!


Na quinta-feira, ao chegar em casa, depois de um loooongo dia de trabalho me dei um belo presente: tomei um banho relaxante à luz de velas, com direito a incenso para deixar um cheiro gostoso no ar e terminei o banho com um óleo hidratante. Que diferença faz ir para a cama assim! Sem se entregar ao esgotamento, mas sim promovendo conscientemente um processo de relaxamento! Na manhã seguinte, nem precisei acordar com alarme de despertador. Acordei sozinha, até mais cedo, totalmente descansada e disposta.

Na sexta-feira aproveitei minha pausa para ouvir músicas relaxantes e ficar em silêncio. Bom para colocar a alma no eixo!

Hoje, sábado, tirei uma soneca à tarde ao som de chuva... Delícia!

Quer tornar seu cotidiano mais leve e com mais momentos de prazer? Entre no desafio 15 minutos todo dia!

Faça parte dessa rede com a gente (sim, tem mais gente participando, veja aqui!).


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Para inspirar #4



“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância”

(Simone de Beauvoir)

Desafio "15 minutos todo dia"

Minha revista Bons Fluidos chegou! Adoro quando minhas revistas chegam e posso ler a capa, folhear a revista inteira, depois vou lendo os artigos, bem devagar. Mas às vezes, na correria do dia a dia, acabo nem terminando a leitura da revista quando o exemplar do outro mês já chega...

Nessa edição, lendo o artigo "57 atitudes para se tornar uma pessoa melhor" (texto de Ivonete Lucírio), um dos itens me chamou a atenção:

"Realizar coisas pequenas e prazerosas com frequência é ótimo para cultivar o bom humor. Pode ser caminhar, meditar, rezar, alongar-se, ler um livro... Pratique por apenas 15 minutos por dia até se acostumar. Depois aumente o tempo. Não adianta começar prometendo exercitar-se por uma hora e, logo em seguida, abandonar".




Destaco algumas palavras-chave: cultivar, prazer, frequência

Em primeiro lugar, bom humor e bem estar são estados que ao brotarem em nós, precisam ser cultivados, ou seja, cuidados para se manterem vivos e acesos. Esse cultivo se dá através de atitudes, de posturas na vida, de decisões que tomamos a todo instante: Hoje decido ser feliz? Hoje decido não dar importância às picuinhas? Hoje decido buscar o prazer nas pequenas coisas que se apresentam? Eu me proponho também a buscar esse prazer na vida? Prazer que pode estar em sentir uma flor caindo de uma árvore, em curtir um bate papo com um amigo, ouvir uma música que eleva o astral... 

Aí está a riqueza do processo: prazer na simplicidade e com frequência! Porque para cultivar bem estar não adianta muito fazer algo um dia aqui, outra dali dois meses e meio! A vida se alimenta no cotidiano.

Pensando nisso tudo, resolvi me lançar um desafio, que estou lançando também a vocês agora: Desafio 15 minutos todo dia!

A proposta é reservar 15 minutos (pelo menos!) todos os dias, para se dedicar a algo prazeroso. Estou me propondo também a variar nessas atividades. Um dia será leitura, outro será curtir algo especial com uma companhia amada, no outro será marcar uma massagem... Enfim, a cada dia tenho de reservar pelo menos 15 minutos na agenda, de maneira consciente e ativa, para cultivar o prazer e o bem estar em  minha vida.

Vem comigo? 

Se você gostou da ideia e quiser participar desse desafio:

- Para quem tiver blog, pode colocar esse banner e colocar um link direcionando para esse post aqui no meu blog, assim você estende o convite também aos seus leitores e eles podem entender melhor a proposta. Vamos fazer uma rede para o bem estar? Você entra no desafio e passa a nos contar, em seu blog, como está vivenciando seus 15 minutos diários de cultivo do prazer e bem estar.

Você  pode blogar todo dia ou escolher dias específicos da semana para contar como está andando o desafio. O importante é registrar sempre, para assumir esse compromisso com você. De quebra, todos que estiverem participando, podem fazer visitas incentivadoras!

Entrou na rede? Divulgou em seu blog? Avise para eu te visitar e linkar seu blog na lista de participantes do  "Desafio 15 minutos todo dia"! 



- Se você não tiver blog, mas quiser compartilhar como está andando seu desafio, é só deixar seu comentário aqui e vamos acompanhando! Sua ideia pode despertar um novo olhar em alguém e vamos trocando dicas e experiências.

Bem, comecei hoje com 15 minutos lendo minha revista!



Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Essa tal intimidade


Muitas pessoas se afastam consciente ou inconscientemente da intimidade. Alguns alegam medo de sofrer, outros dizem que intimidade não lhes faz falta. Há quem afirme que adoraria viver relações de proximidade, porém acaba, de alguma maneira, afastando as pessoas. Em outro extremo, existem indivíduos que não definem seus limites e acabam por viver uma mistura de desrespeito e desamor, onde o outro lhe invade. E você, como age em relação à intimidade? Como anda sua abertura para o outro e para si? Sim, porque para viver a intimidade fora é preciso o exercício e a vivência da intimidade dentro, ou seja, ser íntimo de si mesmo.

Quando você se permite ser inteiro e se respeita, compartilhar seu mundo com o outro flui naturalmente. Se a gente não conhece o que carrega aqui dentro, pode sentir medo de si, do outro e da relação. Ou se conhece, mas acha feio e inaceitável o que encontra , acaba evitando um contato pleno por não se crer merecedor.  

Estar diante do outro é um desafio, é estar diante de um espelho em não temos controle sobre o que será mostrado. Ainda assim, podemos escolher ver as coisas pelo ângulo da beleza do ser humano. Olhar que proporciona um Encontro, que nos possibilita conhecer o outro percebendo a sua importância, mesmo em suas dificuldades e lutas internas. E isso acontece à medida que você também olha para si nessa perspectiva.

Ser íntimo não elimina o “eu”. Constrói um “nós” onde cada um está inteiro. Elimina-se a idéia de “cara metade”, onde um sem o outro é menos. É certo que juntos podemos mais, mas não somos menos quando sozinhos. Juntos é possível acessar outros ângulos, outras potencialidades, outras delícias, outros horizontes a alcançar, outros pontos cegos que precisam ser cuidados, outras amarras que estavam escondidas. Às vezes dá trabalho! Mas a partir disso podemos crescer, construir e mais vicejar.

Se aceito que tenho falhas, sombras, manias e que não sou menos por isso, se aceito que dentro de mim há mais a ser descoberto e reconheço a beleza da minha humanidade, posso viver a abertura. Com inteireza, pois o encontro com o outro não me aniquila, e sim vem somar. Com tranqüilidade, porque o olho no olho não me devora, não me invade, não me machuca. Se acredito em mim, acredito que mereço amor de verdade, amizade de verdade, intimidade de verdade e me abro para essas experiências.

Convidar o outro para entrar em contato com o nosso interior é abrir nosso espaço sagrado. Para ter a medida saudável desse convite é preciso trilhar o caminho do autoconhecimento e então sair das ideias preconcebidas ouvindo, percebendo o que o outro nos apresenta. Sair de nossas fantasias e partir para o face a face.


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Destaque no M de Mulher

Hoje um dos meus artigos está em destaque no portal da Abril M de Mulher:


Quer conferir o texto na íntegra?


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Para inspirar #3

Lindo vídeo para a gente se inspirar na simplicidade das crianças:
"Como as crianças reagem a um prato vazio"

Para inspirar #2

Chega o final de semana, então é tempo da coluna Para inspirar aqui no blog!




"Mesmo enrolada de pó, 
dentro da noite mais fria,
a vida que vai comigo é fogo:
está sempre acesa"

(Thiago de Mello, em seu poema Vida verdadeira)

Como anda sua vida social?

Meu mais recente artigo publicado na Revista Personare.
Entrou no ar essa semana!

Para início de conversa, vamos pensar no que significa a palavra social. Usamos a palavra em tantos contextos, mas talvez ainda nos falte uma compreensão mais profunda. Social deriva da palavra socius, em latim "companheiro, camarada, amigo". Assim, a vida social se referiria a uma associação (do latim associare: "juntar, agrupar") entre companheiros, pessoas que compartilham afinidades e ideais, que formam uma comunhão em algum nível.

Então, refaço a pergunta: como anda a sua vida social? Como e com quem você tem se associado? Quanto e qual é a qualidade de seu tempo que você dedica a estar entre companheiros?

Na atualidade, o próprio termo "vida social" tem sido um tanto banalizado. Aparece mais ligado à badalação, a estar em eventos, "expor sua figura", estar em evidência. Ou então, a ideia vem atrelada aos modismos das redes sociais digitais, quem nem sempre formam rede no sentido mais amplo da palavra. Pare e pense: entre a lista de pessoas que te adicionaram (ou que você adicionou) em tais sites, a quantas você está conectado de fato? Ou seja, com quantas você vivencia uma conexão real, no sentido de companheirismo, de troca de ideias, de presença, de amizade?

Vida social não tem a ver com badalação

Indo além dessas pré-concepções, vida social não é sinônimo de agitação, nem de ter mil compromissos para o final de semana, muito menos ter mais de duzentos nomes na agenda telefônica. Estar na companhia de alguém, seja por terem gostos parecidos para programas culturais, porque o papo flui gostoso, porque a presença do outro coloca você para cima ou te faz pensar de modo diferente, ou simplesmente porque vocês se gostam e por isso, resolver dedicar um tempo para encontros que renovem o laço de amizade - isso é vida social.

Os humanos são seres relacionais e que constroem sentido para suas vivências. A vida humana sem relação fica carente de sentido, passamos a não nos perceber como um elo de um todo maior. Podemos daí deduzir que nossa vida sem relação fica carente de humanidade.

Reserve tempo para quem ama

Por conta da desculpa da falta de tempo, da desconfiança, do medo do envolvimento, da cultura individualista em que vivemos, da ilusão de que ligações superficiais nos bastam, vamos sendo incentivados a ficar "seguros" atrás de nossas muralhas. Estamos nos escondendo atrás de nossos medos de assumir um lugar na vida do outro e deixar que ele ocupe um lugar também na nossa? Talvez. Estamos nos acostumando à preguiça de tomarmos um telefone nas mãos para ouvir a voz do outro? Muito provavelmente.

Se for por medo de envolvimento, precisamos reconhecer de uma vez por todas: viver é assumir riscos, sempre. Um poema de Léo Buscaglia nos diz que "estender a mão aos outros é arriscar-se a se envolver", que "amar é arriscar-se a não ser amado", "mas os riscos têm que ser vividos, pois o maior perigo da vida é não arriscar-se a nada". Criar laços é arriscar-se em terrenos novos e é nesse movimento que a gente cresce, sente, muda, vive.

Vida social é reservar tempo e espaço para nutrir os laços importantes para nós. Não precisa criar pretexto, esperar uma data especial, marcar uma atividade para convidar. Que seja um momento de ócio para dividir o silêncio. Esteja com as pessoas que lhe são caras, da forma que for, desde que seja de uma maneira verdadeira para você.


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Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Qual é o livro que você leu, gostou e recomenda para todo mundo ler também?

Seguindo ainda o Meme Literário (para saber mais, leia o texto que postei anteriormente).

Para não ser repetitiva e falar do "Mulheres que correm com os lobos" de novo (ops, falei!), vou falar de outro que também gosto muito e sempre indico:


"As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheres", de Jean Shinoda Bolen (Ed. Paulus)

"Através dos arquétipos que moldam a existência feminina, a autora faz considerações a respeito dos padrões interiores femininos. Esses padrões são responsáveis pelas diferenças entre as mulheres, e compreender sua ação e interrelação é a chave para o autoconhecimento e a busca de integridade." (trecho da sinopse)

Um livro excelente para se aprofundar na alma feminina*, compreender as repetições que vivemos por estarmos ligadas a arquétipos que desconhecemos, possibilita ampliar nossos pontos fortes e lançar luz aos nossos pontos cegos. Como a própria autora aponta, "o conhecimento das deusas proporciona às mulheres um meio de conhecerem a si próprias". Ártemis, Afrodite, Perséfone, Deméter, Hera, Atena, Héstia nos acompanham nessa jornada de descobertas e autoconhecimento.

As histórias das deusas gregas já são interessantes por si só. Adoro estudar mitologia, estou fazendo inclusive um curso fantástico e minhas experiências por lá com certeza  vão render alguns textos para compartilhar com vocês. Compreender os mitos, nos auxilia a compreender melhor nossa humanidade.

Recomendo demais!
 
* Para quem se interessar em compreender melhor o universo masculino, a autora também escreveu "Os deuses e o homem", um da minha lista de próximas leituras!

Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Abaixo à síndrome de segunda-feira

Escrevi esse texto para a Revista Personare e achei que hoje seria um dia bem propício para publicá-lo aqui:
uma segunda-feira com início de horário de verão!!! 

Linda segunda-feira e linda semana a todos!


Nem bem o domingo termina e muita gente já começa a sofrer pela segunda-feira que se aproxima. Você já sofreu ou sofre desse mal estar?

Por vezes aparecem até alguns sintomas físicos: dificuldade para acordar cedo, indigestão, dores de cabeça, aquele mau jeito nas costas. Em boa parte dos casos isso pode estar relacionado à quebra de hábitos no período do fim de semana ou do feriado: as pessoas comem e bebem mais do que devem, trocam a noite pelo dia, se envolvem naquelas famosas práticas dos "esportistas de final de semana"... Depois chega a famigerada segunda-feira e com ela os resultados dos excessos!

"Mas como curtir o final de semana, afinal?", você se pergunta. O problema costuma estar no seguinte tipo de pensamento: "vou fazer no final de semana tudo aquilo que não faço durante a semana". Aí você se torna escravo do futuro, sem viver o presente, ficando também sempre refém dos reflexos das circunstâncias do passado. Por que não dividir a diversão em várias doses no cotidiano? Por que não unir a diversão ao autocuidado que nos ajuda a recarregar as energias? Cada vez mais nos privamos de aproveitar as pausas e nos enchemos de tarefas, compromissos, ruídos.

A vida moderna nos traz um excesso de informações que acaba por nos viciar ao ritmo acelerado. Vamos perdendo a possibilidade de curtir uma brisa fresca sem o compromisso de preencher o tempo com atividades.

Piloto automático

Outra possível causa para a dificuldade de voltar à rotina após os períodos de final de semana e feriados: não vermos sentido na rotina que vivemos. Ir arrastando na vida, seguindo no automático, nos perdendo de nosso centro. Uma vida levada assim nos aliena de nós mesmos. É preciso retomar o significado de nossas ações vividas no presente. Se não me vejo vivendo a vida de segunda a sexta, tenho a impressão de que só nessas pausas é que me reencontro. Vamos ficando sedentos e famintos, por fim nos sentimos perdidos e frustrados.

A vida precisa ter cobertura e recheio, precisa de substância, de cor, de cheiro. Precisamos de riso, conversa, silêncio, prazer, pernas pro ar, responsabilidade, olho no olho, corpo livre, respiração profunda, nutrição pro corpo e pra alma todo dia, sempre. A vida não pode ser destinada somente a alguns poucos dias com hora marcada.

Precisamos organizar nosso tempo para que sempre haja momento para recarregar e também para deixar fluir a nossa energia. Precisamos equilibrar nossos movimentos entre cuidar do outro, cuidar de si, cumprir os compromissos que julgamos importantes, usufruir dos prazeres. Resgatar o sentido da vida para ter uma vida repleta de sentido, de segunda a segunda.



Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Para inspirar



"Entre sobreviver e viver há um precipício, 
e poucos encaram o salto"

(Martha Medeiros)

Qual foi o último livro que leu e qual é o próximo livro que lerá?

Seguindo ainda o Meme Literário (para saber mais, leia o texto que postei anteriormente).

Último livro que li... Bem, acho que foi esse! Isso que dá ler mais de um por vez!

"O efeito sombra"

Escrito por três autores renomados, esse livro fala de um tema que me interessa muito: a sombra, aqueles aspectos escondidos de nós mesmos. São coisas que escondemos porque aprendemos que não são aceitáveis, porque o outro nos julgou, porque nos julgamos. Enquanto não reconhecemos essas partes exiladas de nós, seguimos não plenos e desintegrados.
O livro é constituído por três blocos separados por autor, onde cada um apresenta o tema a partir de sua perspectiva. Particularmente, gosto mais do trecho do livro escrito pela Marianne Williamson. Vale a pena folhear e tirar as suas próprias conclusões. Lançaram também um filme, no estilo "O segredo", onde apresentam o mesmo conteúdo do livro. Basta pesquisar na internet para encontrar facilmente alguns trechos.

:.Para quem quer se aprofundar mais no assunto da sombra, recomendo este:  
"Ao encontro da sombra: o potencial oculto do lado escuro da natureza humana". É uma coletânea de artigos de analistas junguianos, os organizadores são Connie Zweig e Jeremia Abrams (Ed. Cultrix). Muito, muito bom!


O próximo que lerei - desse eu tenho certeza - é o lindíssimo "El diario de Frida Kahlo".


Ganhei de presente do meu marido! Já é o primeiro da fila para ser degustado!

Mais para frente, já tenho o projeto de um texto mais detalhado sobre o livro para compartilhar com vocês aqui no blog. É o tipo de coisa que a gente não quer viver sozinho, é o tipo de experiência bela que a gente quer compartilhar.

O livro é lindo, por vários motivos:

- Narra um período da história de Frida Kahlo, uma extraordinária mulher. Só por isso, já seria muito bom!
- Mas a narração é mais que especial, é íntima e pessoal: são os registros originais do diário da artista! Há uma primeira parte só com o diário original, com a letra dela, os rabiscos, os rascunhos de obras de Fridoca, enfim.
- Há depois uma transcrição dos escritos e uma contextualização, tudo cuidadosamente organizado.
- Um adicional que me encanta: es escrito en español. Língua que estou estudando ultimamente! Então, ganha mais um prazer especial!

Alguém me acompanha na leitura?


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Sobre amor

O tema do amor tem me rondado... Chegam até mim textos, poemas, comentários, oportunidades de conversas, imagens. No consultório, as pessoas me falam de sua sede de amor em suas expressões mais diversas. Já compartilhei com vocês que estou lendo o livro "Para que o amor aconteça", que também tem me provocado reflexões acerca de nossos padrões internos e suas influências sobre nossas relações. A alguns dias atrás, aqui no blog, eu trouxe as palavras de Clarice Lispector em que ela versava sobre a arte de sermos inteiros, entendendo que o outro pode enriquecer, contribuir, trazer novas perspectivas, transbordar - mas nunca nos completar.

É, me dou conta agora: o tema do amor anda me seguindo por aí!

Hoje me deparei com esse trecho de um livro de Osho (num blog que vale a pena visitar):

Não pense que o amor tem que ser permanente e isso tornará sua vida amorosa mais bonita, pois você saberá que hoje vocês estão juntos e amanhã podem não estar.

O amor vem como uma brisa, fresca, perfumada, que entra na sua casa, deixando-a repleta de frescor e perfume, durando o tempo que a existência lhe conceder e depois indo embora.

Você não deve tentar fechar todas as portas, senão a brisa fresca se tornará um ar viciado. Na vida, tudo está mudando e a mudança é belíssima; ela lhe porporciona mais e mais experiências, mais e mais consciência, mais e mais maturidade.

(Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e se Relacionar Sem Medo")


Percebo que essa possibilidade de amor como brisa fresca (que só pode entrar onde há portas e janelas abertas) é um convite para arejar todas as nossas relações. Sejam elas afetivas-sexuais-amorosas, sejam as de amizade, sejam as familiares.

Aceitar a impermanência, abrir mão da extrema necessidade de controle. Entender que o amor tem suas fases, que se não deixamos que essas fases se apresentem, fatalmente o perderemos de vez (o livro "Mulheres que correm com os lobos" tem um conto belíssimo que fala sobre os ciclos vida-morte-vida no amor). Deixar as janelas e portas abertas para que possamos ver o mundo e com ele enriquecer nossos laços, que serão assim baseados na liberdade, na saúde, na confiança. Uma confiança que vai além de crer em nosso parceiro. Trata-se de uma confiança de que sou capaz de seguir meu caminho. Ela se configura como uma confiança na vida.

Ao contrário do que se pode pensar à primeira vista, pensar assim nos liberta, nos livra da insegurança. Esta muitas vezes se sustenta na ilusão de controle: "Todas as pessoas conseguem controlar a vida, seus parceiros, o outro, a si mesmas. Como eu não consigo, logo sou menor, incapaz." Mas a verdade é: não podemos controlar, não dessa maneira. Podemos nos centrar, ficar em nosso eixo, tomar a vida nas mãos, no sentido de assumir a nossa liberdade e responsabilidade. Porém, o pleno controle, com mãos de ferro? Uma ilusão.

Se abrimos mão dessa ilusão, podemos viver relações mais leves, sermos pessoas mais leves. Entendemos que o agora é o "presente" especial que temos nas mãos e somente nele é que podemos viver. Podemos ter um futuro como horizonte de possibilidade, claro, mas não o podemos controlar. Deixemos então que a brisa fresca do amor nos surpreenda!


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Se você pudesse fazer uma pergunta para o seu escritor preferido (vivo ou morto), qual seria o escritor e qual seria a pergunta?

Gosto de muitos escritores, mas por ora escolho uma das minhas escritoras preferidas. 

Clarissa Pinkola Estés

Autora de "Mulheres que correm com os lobos", "A ciranda das mulheres sábias", "Dom da história: uma fábula sobre o que é suficiente", "O jardineiro que tinha fé"... 
 
Bem timidamente, eu só perguntaria: Você pode me contar umas histórias?
Ficaria torcendo para ter a sorte de ficar horas a fio ouvindo a Clarissa, ali tomando um chá ao lado de uma lareira.

E você? A qual escritor gostaria de fazer uma pergunta?


Estou participando do Meme Literário 2011









Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Sobre leituras

Nesse universo de possibilidades que temos na internet, encontra-se de tudo, inclusive coisas interessantes!!!
 

Brincadeiras à parte, compartilho com vocês uma troca de experiências entre blogueiros que amam ler: Meme Literário 2011, organizado pelo blog Happy Batatinha.

:: Para saber o que é um meme

 

A ideia é que os participantes inscritos respondam, a cada dia, perguntas sobre o mundo literário, compartilhem informações sobre livros que estão lendo, já leram, pretendem ler, enfim. Uma grande troca de ideias na rede. De quebra, a gente fica conhecendo gente interessante e acompanha dicas de livros.

Inicio a partir de hoje a minha participação.

Que livro que você está lendo? 
(Sobre o que é? Onde você está? Você está gostando?)

Bem, costumo ler mais de um livro por vez! Aproveito o tempo livre para ir me dividindo entre os diferentes temas de interesse.



- "Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias sobre o arquétipo da mulher selvagem"; de Clarissa Pinkola Estés; Ed. Rocco. 
Relendo pela quarta ou quinta vez! Já o li duas vezes seguindo capítulo por capítulo e outras vezes lendo os contos que me tocaram mais ou que pudessem me clarear alguma questão num dado momento da vida. 
É um verdadeiro arsenal de cura para a mulher e para quem deseja se aprofundar mais na compreensão da alma feminina.
Atualmente o estou relendo juntamente com um grupo de mulheres, estou coordenando um grupo de estudo vivencial sobre esse livro lindo.



- "Para que o amor aconteça"; de Ceci Akamatsu; Coleção Personare; Ed. Verus.
A escritora é minha colega na Revista Personare e escreve os textos mais acompanhados no Portal sobre o tema amor! A construção do livro foi muito rica e peculiar, contando com a colaboração de leitores e leitoras de nossa revista, que compartilharam suas histórias e dilemas através de um fórum, que ainda permanece como um espaço de troca de experiências dentro do Personare.
A leitura é muito interessante, porque a Ceci vai além do lugar comum, traz conceitos profundos sobre como nossas emoções, energias e histórias influenciam em nossas relações.



- "Non-Stop: crônicas do cotidiano"; de Martha Medeiros; Ed.L&PM Pocket.
Reunião de crônicas escritas por Martha Medeiros tratando do tema que ela leva tão bem, o cotidiano.
Gostoso de ler nas pequenas pausas do dia, para pensar, rir, respirar. Para degustar devagar.

E você, o que anda lendo? Conte para nós!


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Indo além das amarras da dependência


Conhecemos a dependência nos primeiros estágios da vida, quando éramos totalmente dependentes do outro, desde o atendimento às nossas necessidades mais básicas e até às emocionais. Ali dependíamos do outro para cuidar de nós, para nos ajudar a entender o mundo e a lidar as reações de nosso corpo, para dar nome às nossas emoções. A dependência tem sua razão de ser nesses primeiros estágios da vida, onde ainda não desenvolvemos nossas capacidades. No entanto, estar preso a ela ainda na fase adulta é reflexo de que não se está seguindo a diante em seu desenvolvimento, é permanecer emocionalmente na infância.

Vamos aprendendo a ser mais autônomos à medida que ganhamos maior consciência de nossas ações. Ao chegar à vida adulta alcançamos a tão almejada liberdade. Porém esta sempre vem atrelada à responsabilidade: somos livres para escolher e responsáveis pelo que escolhemos. Aí se instala o problema: todo mundo quer a liberdade, mas a maioria sente pavor da responsabilidade! Algumas pessoas às vezes até abrem mão da liberdade, deixam que o outro decida por elas, para não precisarem lidar com as consequências dos próprios atos. Porém, ainda assim, estão fazendo uma escolha: a de não tomar a vida nas mãos, e com certeza essa escolha tem sérias consequências.

Reconhecendo os padrões limitadores

O padrão da dependência pode carregar consigo os padrões de medo, baixa autoestima, comodismo, receio do novo, insegurança. Para superar tais padrões arraigados, o ponto de partida é o autoconhecimento. Ele auxilia a reconhecer as amarras, as dependências que se tem de pessoas e situações, bem como as crenças limitadoras que estão por trás disso. Aliás, é necessário reconhecer que a dependência é sempre um padrão limitador: ela limita o crescimento pessoal, barra a noção de que se é um ser individual e responsável pela própria vida.

Mas é bom lembrar que o ideal para nossa inteireza também não é a independência total e irrestrita, pois esta muitas vezes funciona como uma autoafirmação do tipo “eu me basto”, um centramento em si mesmo de maneira defensiva, um fechamento extremo com traços também infantis.

Encontrando equilíbrio

Somos seres relacionais, isso é fato. Os vínculos são essenciais para o nosso desenvolvimento e nos fazem aprender muito, além de poder nos trazer satisfação. É necessário dar a devida importância à autonomia, acolhendo a relação entre liberdade e responsabilidade. E faz parte de assumir a autonomia aceitar que apesar de as pessoas com quem nos relacionamos poderem nos trazer muitos aprendizados e muitas sensações agradáveis, não é responsabilidade delas nos prover de felicidade e prazer. 

Melhor é conquistar um equilíbrio sadio através da interdependência: eu afeto o outro e o outro me afeta, temos uma ligação, mas somos seres inteiros acima de tudo. Assim se rompe com a ideia de “cara metade”, “carne e unha”: sou inteiro, não preciso de um outro que me complete. A presença do outro acrescenta, modifica, amplia, mas não significa que sem ele “eu não sou”, e vice-versa.

A relação de dependência é de domínio e poder, há necessidade de posse, é uma relação vertical. A relação de interdependência é de paridade, de companheirismo, não anula, não possui, é uma relação horizontal.

Por fim, o incentivo é: assumir a vida adulta (com todos os seus percalços e delícias), tomar a vida nas mãos, utilizando os recursos tão ricos da liberdade, da responsabilidade e das relações saudáveis.


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Soltando aquelas coisas presas

Acompanhe no vídeo o "Poema Preso", recitado por sua autora Viviane Mosé.
Vale a pena ouvir essa poetisa capixaba:


"Pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa"

Adoecemos pelo excesso de calar, de engolir seco, pelo hábito de gerar vulcões fechados dentro de nós. Mais cedo ou mais tarde a coisa explode, de tanto gerarmos resistência.

É bonito pensar que libertar nossas palavras é muito mais do que sair por aí falando o que der na telha. Somos convidados por Viviane a transformar esses não-ditos em poemas, ou seja, criar algo novo a partir dos entraves, das dores, dos incômodos. Criar, dar novos sentidos, novas direções.

Poemas, danças, expressões

Se não forem poemas, no sentido estrito, que sejam outras formas de criar para transformar. O importante é dar vazão e direcionar de maneira saudável essas águas das emoções. Não deixar a água parada, nem represada, muito menos congelada.

"Em caso de poemas difíceis use a dança,
a dança é uma forma de amolecer os poemas
endurecidos do corpo
uma forma de soltá-los"

Ah,  a dança! Ela tem o poder de fazer todo nosso corpo fluir, trazendo presença para cada parte de nós. Poderosa sugestão: fazer nossos não-ditos dançarem e ganharem movimento!

Encontre seu jeito de liberar e transmutar

As palavras foram presas por você e somente você pode libertá-las. Esse é o sagrado ofício de "operar milagres sobre si mesmo".

Teça, cante, dance, escreva, pinte, borde, cozinhe, modele, musique, toque, massageie, transmute, libere, dê novas formas àqueles sentimentos que andam perdidos e sem destino.


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Transbordar


"Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde." (Clarice Lispector)

Mais pura e translúcida verdade, Mestra Clarice! Assim, simples como tem de ser.

O outro nunca poderá preencher nossos vazios, completar nossos buracos.

Mas pode, sim, incrementar novos olhares, nos impulsionar a transbordar: ir para além da borda do conhecido, do já visto, já experimentado. Superar as margens que tentam nos enquadrar aos limites dos preconceitos, das predefinições. Sentir o não imaginado, despertar outros sentidos sequer conhecidos.

Começando por mim e desaguando na companhia do outro. Fluidez. Abertura para compreender que certas coisas não cabem, precisam de mais espaço.

Que bela imagem para se pensar o amor!

Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Pequenos e simples prazeres

Não se pode dizer que o filme francês O Fabuloso Destino de Amélie Poulain seja uma novidade, já que foi lançado já faz 10 anos. Mas ele ainda é muito citado por inúmeros motivos (eu mesma já o citei num artigo que escrevi sobre filmes no Personare), mas hoje lembro esse filme aqui para falar dos pequenos prazeres do cotidiano.

No início do filme, os personagens são apresentados de maneira criativa e singela: com uma lista de atividades/situações cotidianas que cada um gosta - ao que vamos chamar de pequenos prazeres.

Quer exemplos? Amélie gosta de atirar pedras no canal de Saint Martin fazendo com que elas quiquem sobre a água (também gosto dessa brincadeira!), de quebrar a casquinha do creme brulée e também gosta de sorrateiramente enfiar as mãos num saco cheio de grãos.


Costumo pensar nos pequenos prazeres como algo que nos causa uma secreta sensação de friozinho na barriga e uma vontade de pedir bis, provoca uma pausa no tempo para curtir aquele instante. E o principal: são coisas simples, simples!

Então, inspirada pelo clima do filme, compartilho com vocês alguns dos meus pequenos prazeres:

1 - Pisar sobre folhas secas no chão, ouvindo seu som e sentindo a textura das folhas rachando sobre meus pés.
2 - Ouvir som de vento fazendo as árvores dançarem (especialmente som de vento em bambuzais. Já ouviu?).
3 - Sentir cheiro de livro e material escolar novos.
4 - Cozinhar fazendo novas misturas, brincar de descobrir sabores.
5 - Estrear esmalte novo.
6 - Ser coberta por alguém na hora de dormir (a sensação do ventinho gerado pelo levantar do tecido e depois o cair suave do lençol).

E você? Do que gosta?
Quais são seus pequenos prazeres?

Compartilhe sua lista, comente aqui (no link de comentários).


Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

Compartilhando: Trabalho com um grupo

O trabalho com grupos me encanta. Ver os movimentos que surgem, a fala de um que desperta algo no outro, a troca de experiências, a possibilidade de explorar muitas formas de expressão... Os trabalhos com grupos me dão a oportunidade de estar em contato com essa  riqueza da vida e aprender muito.

Ontem fui facilitadora de um trabalho num projeto social na comunidade do Havaí-Ventosa e vivemos momentos muito especiais. O tema era livre, então resolvi trabalhar pela linha da abertura ao novo e o tema do dia foi "Viver as mudanças".


Com a música "Bom dia", na voz de Zizi Possi, entramos em contato com as oscilações que vivemos dentro de nós:

"Um dia quero mudar tudo
No outro eu morro de rir,
Um dia tô cheia de vida
No outro não sei onde ir..."

Essa letra retrata bem o mundo feminino: mutante! Não caótico, mas sempre em movimento. Além disso, a música é uma delícia de se ouvir, cantar, dançar!

E a conversa seguiu, reunindo elementos da sabedoria de cada mulher ali presente, dos anseios por mudança e também das dificuldades de se abrir para as transformações. Aquelas reflexões que venho colocando em artigos, falando do aprendizado com as estações do ano (nos textos sobre a Primavera e o Outono),os textos sobre a necessidade de Abertura ao Novo e da possibilidade de Ousar Mais, tudo isso coube em nossa roda de conversa.

Como foi lembrado lá, nossas ancestrais já diziam: "Pedra que rola, não cria limo". A conversa estava boa, mas para não criar limo, vambora dançar? Deixar o racional um pouco de lado e seguir a vida num ritmo mais leve, deixar que um passo guie o outro, encontrar no círculo companhia e possibilidade de fluir.





Foi uma tarde deliciosa!

Esse encontro de ontem teve uma satisfação adicional para mim: no início do ano passado, fiz parte do nascimento desse grupo de mulheres. Tivemos encontros lindos, com batepapos transformadores na companhia das linhas e agulhas. Fizemos um estandarte, representando o Feminino.  Elas lhe deram um nome: "Mulheres em destaque - Nossos sentimentos, nossa arte".


Agora retornei para ver que a árvore não só cresceu, como também deu muitos bons frutos.
Apesar de todos os pesares, tem muita coisa boa acontecendo nesse mundo. Basta a gente olhar para o ângulo certo. Vale a pena apostar na vida!

(Respondendo à minha rabugentisse do post anterior!)

Por Juliana Garcia
Psicóloga, psicodramatista, escritora, colaboradora da Revista Personare, coordena atividades voltadas para saúde e bem-estar no Espaço Revitalizar em Belo Horizonte-MG.

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